domingo, 16 de dezembro de 2012

Layana e sua ALOJA

  Layana é ousada. Isso, ninguém pode negar. Depois de entrar para o calendário de moda dos grandes estilistas, as Semanas de Moda, largou tudo em 2008 e resolveu que precisava mudar, aprender, elaborar, enfim, largar-se num abandono criativo onde precisava ser uma esponja e a partir daí renascer, coisa que ela sabe fazer muito bem, de uma forma nova, moderna e diferente.


A partir daí muita coisa emergiu de Layana Thomaz e a mais representativa talvez seja seu projeto ALOJA, que veio a reboque de dois anos viajando pela Europa, China, Vietna, Cambodja e Tailandia. Ao fim de 2009 ela voltou com a bagagem emocional cheia de referencias, onde  deve ter descoberto que tem um grande viés empreendedor. Nao fosse assim, nao teria criado com absoluto sucesso o projeto ALOJA, patrocinado por uma recente maneira de se conseguir viabilizar um projeto: o crowdfounding. Como todo projeto, ALOJA tem tempo certo para acontecer. Layana já a apresentou a cidades como Rio de janeiro, Brasília, voltará agora em janeiro para o Rio e em seguida Minas poderá usufruir deste projeto simpático, idealista, bem amarrado.


Projeto de ALOJA 


 ALOJA foi inspirada nas diferentes e criativas maneiras de se vender um produto, buscando levar leveza,  facilidade, praticidade, alem de conveniencia e conforto para o cliente, num jeito "delivery"de ser, segundo a estilista. Ela vende colecao feminina e pensa também nas filhas de suas clientes, apresentando colecao criada para criancas de 2 a 12 anos, que leva o nome de "Vista a Roupa Meu Bem!".                                                   Layna faz questao de reforcar que as pecas vendidas neste projeto, enquanto estiverem em turne, sao atemporais para nao perderem o frescor. A edicao é limitada e a idéia eh que sejam pecas para guardar,  como um colecionador que guarda e cuida do que gosta do que em algum momento o seduziu.
                                                     
 Mas é claro que nao poderia ser "apenas"isto. Layana fechou uma parceria com o Projeto Grael, instituicao criada pelos medalhistas olímpicos Torben e Lars, que utilizam o esporte como ferramenta de inclusao social. Com isso, veio o compromisso de criar um novo conceito em moda a partir de roupas e acessórios feitos com estes produtos. Para poder comecar a produzir a linha, que ficou linda, arrojada e muito moderna, foi lancada uma campanha de doacao de material para embarcacoes, como velas antigas, cabos e até ferragens, entre muitos outros itens que teriam o mesmo fim: o lixo. Esse tipo de atitude fala muito de Layana, afinal tudo isso dá trabalho, mas ela parece querer sempre mais para levar o seu jeito a frente. Ela nao parece, em nenhum momento, querer ser melhor do que alguém. Parece ter tracado um caminho e querer ser fiel a ele. Pra nossa sorte, ele eh belo e múltiplo.

Bolsas, clutches e parte da colecao em parceria com o Projeto Grael
               
                                                                                           





Clutch feita com material de barco a vela
A adequacao dos materias ao traco da estilista e visível num primeiro olhar e muito sedutor. Existem ainda bolsas confeccionadas com tecido escuro de para quedas que deixam qualquer mulher nas alturas, perdoem  trocadilho, mas foi paixao a primeira vista...







Malao de viagem feito com vela. Um show !







Layana Thomaz comecou a trabalhar cedo, com 14 anos já era modelo e trabalhava para marcas como Chanel, Dolce & Gabbana e Cacharel. Em 1999 virou produtora de moda e na sequencia, figurinista. Foi assistente de efigurino na serie "Os Normais"da Globo, por exemplo.

              


Como parece sempre carregar com ela o que é bom, e o bom parece vir a ela, nesta temporada de ALOJA, esta incluída a venda de joias do designer franco-brasileiro Joao Paulo Camargo, que no Rio fez parceria com a Kilaqua e vende suas pecas livres, leves, etéreas. Esta é a colecao com as pérolas negras do Tahiti, Polinesia Francesa, que inclui sedas, couros e metais nobres e preciosos. A pulseira de arame farpado e uma das pecas bem humoradas e que adornam com irreverencia. Já existem pecas fazendo sucesso em novelas da TV Globo.

 




 Tudo isto foi viabilizado por Crowdfoundig. O nome já é meio que auto explicativo. As pessoas que veem e se interessam fazem doacoes do tamanho de seu bolso e podem retirar pecas nALOJA, posteriormente. Elas acabam tendo retorno do que proporcionaram a idealizadora do projeto.


Visualizacao do andamento do projeto no site de patrocínios


Nesta colecao, ALOJA misturou algodao e seda. A cartela de cores, como se pode ver, abre um leque para a alegria e o ludico.  Entre as cores escolhidas, estao o roxo, preto, cinza, verdes bandeira e água, azuis marinho e royal, lilás, vermelho, abóbora, laranja, bege, crú, off-white e branco. O corte é sempre reto, em tecidos fluidos.











Depois disto tudo, voce ainda tem dúvidas de que precisa visitar ALOJA e conhecer o projeto?


quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Morre uma estrela...

Foto: Miro

     Desde sempre conheci Hebe. Pela TV, claro. Quando eu nasci, ela ja estava ali ha muito tempo e soh saiu na semana passada, para morrer. Para descansar. Se bem que eu acho que ela nao queria descansar, nao. Acho que ela queria mesmo era continuar a viver como viveu ate dois anos atras; sem doenca, rindo, se divertindo, trabalhando, ajudando as pessoas e fazendo a historia da TV.

     Houve uma epoca, em que falar que gostava e assistia Hebe era 'cafona', pra quem nao era coroa. Gente nova pensava assim. Lembro-me de um aniversario meu, que pegaram no meu pe porque eu disse que a assistia. E nao vou dizer aqui que assisti pra dizer como era, nao. Eu assistia porque gostava. Gostava de ver aquela mulher, ja com seus 60 anos de idade, receber pessoas em seu sofa e perguntar 'desavergonhadamente', no sentido de so dar bola pra sua propria autenticidade, o que queria saber dos outros. E olha que isso foi muito antes dela lancar a moda quase epidemica do selinho.

     A questao e que Hebe nao dava bola pros intelectuais, apesar de admira-los, ou para o politicamente correto. Ela era autentica e pronto. Isso bastava a ela e quem nao quisesse ver seu programa que trocasse de canal.

     Foi assim que Hebe ajudou a escrever a historia de TV brasileira junto com Boni, Walter Clark e outros figuroes que realmente entendiam daquela maquina e do efeito causado nas massas. So que nenhum deles se expos tanto quanto ela.

     Quando fiz jornalismo na PUC, berco do "in" carioca, resolvi fazer umas duas materias num curso de verao pra me adiantar na formatura. Uma delas era sobre TV e o professor passou alguns documentarios para que nos, filhos da ditadura, entendessemos como tudo comecou em Sao Paulo. Lembro-me direitinho que Hebe deu todo seu depoimento num jardim, sentada numa escada, com aquele seu coque tradicional. Quando ela aparecia, ainda falando com os dentes mais trincados, como antes, todo mundo ria. Riam tanto, que esqueceram de ouvi-la. E assim nao entenderam nada do que o professor queria. O preconceito falou mais alto e ninguem ali entendeu sua importancia naquela historia.

     O que sempre me fascinou nela foi o fato de viver a vida intensamente. Ela adorava seu trabalho, mas adorava o resto tambem. Talvez por isso trabalhasse tao bem. A verdade e que nao fez uma sucessora. Se fosse o caso, quem estaria pronta a assumir seu programa? Talvez Astrid Fontenelle, mas acho que o despudor de Hebe era parte de seu sucesso. Voltando as entrevistas, ela nao se incomodava de dar algum fora pois nao havia pesquisado o assunto, tentado saber de quem se tratava. Ela entrava. Depois que descia os degraus de cena, acontecia o que tivesse de acontecer.

     Astrid e mais elaborada, teve maiores chances na vida e ate pela carreira que tracou nao se permitiria tamanho desapego ao que ja estudou.

     Mas o problema e que ela se foi. E pessoas como ela nao deveriam ir nunca, pois sao um grande exemplo. Dom Helder costumava citar a frase de um terceiro que dizia "Ha mortos que enterramos, outros que semeamos". No caso de Hebe, vai ser aquela pessoa que sera lembrada de uma maneira tao positiva e alegre, que o segundo pensamento sera "ah, ela morreu..."

   

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Canteiro de Alfaces

     Adoro cadernos. Sempre foi assim. Desde garota, queria me ver feliz, era me deixar dentro de uma papelaria sentindo aqueles cheiros maravilhosos de papel, borracha, olhando para as prateleiras e ainda mais estimulada, desta vez visualmente, por hidrocores, crayons e lapis e cor. Eu poderia ficar horas ali e me abster de tudo a minha volta para me sentir parte integrante daquele cenario. Ate hoje essa memoria emocional persiste. Se eu entrar num desses 'estabelecimentos', volta tudo e eu adoro.

     Apesar de ser totalmente integrada ao mundo da informatica e internet, com back ups em pen drives, HDs externos, etc, meu amor pelos cadernos, principalmente, continua intacto. De uns anos pra ca, resolvi coleciona-los. Tenho os mais lindos que ja vi, que comecam a me seduzir pela bela capa, sempre conferida pelo tato. E preciso sentir a textura para que a paixao se instale totalmente, tomando conta de mim e fazendo-o meu, imediatamente. Esse sentimento de posse e o melhor que existe... Nao prejudica ninguem e me preenche. Eu me sinto com mais poder, depois que pago e coloco-o na bolsa, ja totalmente dona da situacao e do meu objeto do desejo.

     Ha cerca de um ano, mais ou menos, ouvi falar em Canteiro de Alfaces. Esse nome nao me passou despercebido, achei lindo. Imediatamente tentei visualizar como seria um, urbanoide que sou. Depois, no Facebook, quando finalmente pude penetrar naquele mundo de encadernacoes, costuras, pespontos, colas, papeis dobrados em serie cuidadosamente arrematados tornando-se cadernos maravilhosos, me encantei.

     Revirei toda a pagina deles e descobri que as diferencas que existem, a pluralidade de encadernacoes e a variedade e beleza das capas. Tudo isso me chamou atencao, mas o melhor ainda estava por vir.

     Vi uma serie de desenhos com uma boneca com o cabelo tao preto como o meu, que de tao preto sempre causou estranheza na escola, desde pequena. O fato e que quando vi aquilo, entrei imediatamente em contato para saber se aquela estampa nao poderia ser minha agenda de 2013. O resultado foi ainda mais interessante, que me fez ter vontade de escrever este blog.

     O Canteiro de Alfaces e de uma moca chamada Luisa, que tem entre seus talentos nao so a confeccao dos mais belos cadernos. Trata-se de uma pessoa doce, meiga, acessivel. Em nosso contato, via inbox no Facebook, descobri uma pessoa realmente profissional, sem ficar posando disto. Meiga, aberta, segura e inteligente, Luisa tem total dominio sobre seu negocio e nos conquista com sua afabilidade e maleabilidade, que vem de encontro ao nosso gosto.







   


     A verdade e que por experiencia propria, nao tenho grande admiracao por sua geracao. Tenho minhas questoes, como todo mundo, e nao acho que pessoas de sua idade sejam, num apanhado geral, como ela. Determinada, organizada, Luisa faz bonito com o que faz, tanto no trabalho quanto no atendimento.


 

   Apos receber minhas encomendas, fiz mais. E vou continuar fazendo enquanto ela estiver neste oficio tao raro, de forma tao simples.






     Agora esta lancando uma serie do artista plastico Luiz Carlos de Carvalho, a quem admiro muito. Gosto muito de sua obra, em especial das caligrafias que faz sobre o corpo humano, pintado. Ja sei qual sera minha proxima encomenda.







     Quis saber como ela comecou. Contou-me que o Canteiro ja tem 3 anos e meio. Nasceu em 13 de maio de 2009, a pedido de amigos, que ja deviam ter descoberto o potencial da moca antes dela propria... Como costurava roupas, achou que papel nao seria problema. E nao foi mesmo. Virou solucao.

     Recomendo uma visita. O unico perigo e que voce fique absolutamente encantado e comece a fazer a sua colecao de cadernos. O que nao e nada mal...

domingo, 2 de setembro de 2012

Pra que tudo isto ?

     Existem horas que as coisas parecem encadearem-se perfeitamente. Vamos ouvindo uma notícia após a outra, embora não necessariamente da mesma "editoria", digamos assim, que nos levam a pensar na mesma coisa.




      Com certeza, a grande bomba veio da notícia tão bizarra quanto assustadora do quão longe ele pôde ir para tornar-se um ganhador. Ele ganhava as provas, mas nunca foi um vencedor. Pode parecer uma mera troca de palavras, mas não é. Pode-se mentir para o mundo, mas para nós mesmos fica muito difícil. Porque durante todo o tempo em que ele manipulou seus resultados alternando substâncias proibidas e transfusões de sangue, só para simplificar a questão, ele sabia de tudo isso. Ele era um perdedor . E ele sabia disso o tempo todo !! Então eu me pergunto que satisfação pode ter um homem destes, um pseudo esportista, em ganhar sabendo que não era melhor do que os outros. Afinal, o esporte trata diretamente de superação. Quantos e quantos casos já acompanhamos desde sempre das várias contusões de tantos atletas em treinos, jogos sem importância, cirurgias, que os tiraram do páreo do grande ideal olímpico...?



     Não escolhi estas fotos por acaso. O marketing de Lance era muito grande. Seus gestos grandes que pareciam dizer: você pode, faça como eu, persista !! Tudo mentira !! Neste ponto já paro para pensar que bom cliente para um  psicanalista ele seria. Porque isso é coisa de gente louca. Manipular o corpo, e principalmente a saúde desta forma, é de uma irresponsabilidade incomensurável. Porque Lance Armstrong não é um ignorante, não ignora determinado assunto, neste caso, até onde isso lhe prejudicaria a saúde e a vida.

     Sempre achei o câncer a pior das doenças também por tudo que trás com ele. Por isso mesmo, sempre comentei com os mais chegados, que me impressionava muito ver pessoas que passaram pela doença e suas dificuldades e saíram da mesma forma. Na minha cabeça, isso não existia, porque há de haver uma reflexão, uma introspecção, uma realização da própria vida. Avalia-se quem foi até aquele momento, o que vai mudar se passar por aquele mau momento, enfim, mudanças de personalidade haveria de surgir para tornar aquela pessoa num ser melhor.

     Armstrong passou por tudo isso, criou uma Fundação que ajuda pessoas com esta doenaça, curou-se, voltou a competir e não entendeu nada da vida. Não entendeu que o importante é estar vivo e saudável e poder fazer algo por si e por seu semelhante. O resto é o resto. Escreveu uma biografia notável, sucesso absoluto, narrando mentiras em cima de mentiras. Escrevendo isso já estou começando a achar que ele deve ter um fator psicopata qualquer.



     Sem dúvida, alguma série de recalques o habita, porque essa obsessão só pode ser pra ser aceito, pra provar algo pra alguém, pro mundo.

     Antes de saber disso, vi duas ótimas matérias, de Elisabeth Pacheco e Teté Ribeiro sobre a Exposição Sombra Negra que a fotógrafa Patrícia Kaufmann inaugurou em São Paulo e que já citei num podcast e numa outra postagem nesta coluna. A artista plástica estuda a Barbie desde 2004 e dessa vez manifestou seu intuito de provar o que acredita com fotos belíssimas da boneca em fotos bem sexuais e provocantes para questionar, acordar, cutucar nosso entendimento e gerar elaborações a respeito da questão da escravização do feminno, de todo este esquema que promove a ditadura  da beleza contra a mulher, fazendo-a acreditar que está atendendo a um padrão estabelecido, quando na verdade só está se escravizando. No bom português, fazendo papel de boba, achando que corresponde aos interesses de um mundo que pode vir a lhe proporcionar sucesso na carreira, no amor, aceitação social e tudo o mais que se segue. Por isso, Patrícia a considera um importante ícone do Século XXI. Presumo que esta afirmação quer dizer que continuaremos com esta dicotomia absurda: de um lado, independentes com dupla e tripla jornadas, resultado de algo que conquistamos (Graças a Deus!), e de outro, sofrendo mais do que nossas avós, porque não tinham seu próprio ofício, não trabalhavam, não permeavam o mundo masculino, mas também não precisavam se encher de silicone, botox, ácidos hialurônicos, metacrilato à exaustão e a preços fora da realidade que na maioria das vezes estragam definitivamente seu rosto, e pior, sua expressão, sua identidade.


 
     Vamos pensar nisso com carinho e promover o debate. Alguma coisa tem de mudar. Não podemos mais conformarmo-nos de viver numa sociedade tão fútil e frívola, onde só o que parecemos ter ou ser vale alguma coisa. A indústria por trás disto é muito grande e muito forte. Mas basta uma tomada de decisão individual para começar a mudar tudo isto.

     Eu não cheguei a ler a Biografia de LA, porque nçao a encontrei em ersão digital. Melhor. Agora eu estaria me sentindo traída e tendo gasto meu tempo à toa. Da biografia arrebatadora à verdade, ele é apenas um homem comum que precisa de ajuda. Muita ajuda.

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

O Chique que é Barato

     Ele quer crescer 20% e abrir trezentas loja por ano, tornando-se assim a maior rede que vende sua própria marca do planeta, até 2020. Trata-se do empresário japonês do da UNIQLO (pronuncia-se UNÍCULO). Pretende mergulhar em cidades como Milão, um dos centros mundiais de moda, mas a expansão se dará apenas até a Europa.

                               

     O conceito da marca é simples, o verdadeiro pulo do gato dos dias atuais, que parece querer permanecer para sempre em nossa realidade: o pobre quer parecer rico. E para isso, o empresário oferece até vinte cores ou padronagens diferentes para cada modelo de roupa oferecido na loja, o que não "tagueia" a pessoa que a usa como compradora de uma marca popular. O comprador consegue passar como um cara descolado e bem de vida, essencial nos dias de hoje. Não é preciso dizer que as lojas vivem lotadas. Uma camisa de inverno, que aparenta ser um cashmere bem fino em sua espessura, tem filtro solar de fator 40, pode ser comprada na UNIQLO por R$ 22,00.

        Além disto, a rede faz parcerias com pessoas famosas por tempo limitado, o que agrega valor e varia ainda mais o guarda roupa de seus fiéis compradores. Alguns bons exemplos disso são o MoMA, Museu de Arte Moderna de Nova York, Beatles (sim, eles têm uma marca própria chamada The Lords of Liverpool), o cineasta David Linch, e até com a Undercover, marca que veste toda a família e atende aos consumidores mais modernos.
 
         


     O Japão, como se sabe é um país muito caro. Portanto a Uniqlo é um verdadeiro oásis para consumidores tão vorazes como os japoneses. No lançamento, promoções impensáveis e sucesso absoluto.

     Mas como nem tudo que reluz é ouro, como esta visão empresarial quer mostrar, o dono da rede é acusado de só conseguir preços tão atraentes porque nada que vende é fabricado no Japão e sim em outros países  asiáticos, onde a mão de obra é barata devido a exploração dos funcionários e até mencionam alguma ligação com mão de obra escrava. O grupo, defende-se pelo porta voz italiano Aldo Liguori, que explica que os preços baixos devem-se ao fato da marca trabalhar com um grupo de parceiros espalhados pela Ásia que são capazes de produzir uma grande quantidade de roupas por um preço bom e ainda garantir sua qualidade. "Isso garante a vantagem competitiva", completa o italiano. Pelo sim, pelo não, revista e livro que fizeram a acusação já estão devidamente processados.


     Isso tudo porque estamos vivendo num mundo, onde a boa aparência para conseguir coisas banais ou básicas como um emprego, já ultrapassou todos os limites do bom senso. O que se vê abertamente aconselhado em todo tipo de programa, matéria em revista, TV, Internet, enfim, em volta. O que mais assusta é que o assunto é tratado com uma normalidade absurda e diz claramente: se não for belo, o indivíduo não é aceito em lugar nenhum, para nada. O que é isto? No que estamos nos transformando? O razoável foi embora, dando lugar à uma fúria avassaladora de estar bem, principalmente parecer bem. Não se

   

 fala mais em felicidade, mas em parecer feliz. O tempo em que as pessoas se cuidavam para envelhecer bem, saudáveis, mantendo uma rotina física que até podia ser pesada, acabou. As plásticas, que deixavam o envelhecimento mais belo ou mais tardio, foi derrubada pelos rápidos milagres de consultórios onde homens e mulheres entram carregando um caminhão de dinheiro e saem assustadoramente transformados, parecendo uma caricatura de si mesmo. Muitas vezes, a caricatura pode ser mais generosa...





Está em cartaz em São Paulo uma exposição da artista plástica Patrícia Kaufmann, que estuda a boneca Barbie desde 2004. O escopo do trabalho é mostrar como as mulheres caíram na ditadura daquele ideal de beleza a todo custo. O nome da exposição é Sombra  Negra, uma vez que a boneca é sempre fotografada sob muita sombra em poses ousadas e muito sensuais. Um visitante ficou tão empolgado que quis comprar um dos trabalhos de Patrícia; pensou tratar-se de uma mulher de verdade...

                                                                               
http://gnt.globo.com/saiajusta/videos/_2089239.shtml

      Antes desta exposição, Patrícia já realizou outros trabalhos questionando este assunto e este ideal de Barbie, com pinturas e instalações. O tema é inesgotável. O problema é até onde isso vai. Família, meios de comunicação, indústria da beleza e grandes laboratórios. Eles é que vão determinar; estão com a faca e o queijo na mão.

segunda-feira, 9 de julho de 2012

A Semana dos Péssimos Programas

       Num mês de tantas promessas na programação da Globo, era mais do que natural que todos estivessem de olhos voltados para as estreias de dois ícones do jornalismo da emissora: Fátima Bernardes e Pedro Bial. Esperava-se muito da arquitetura do programa dela, uma vez que a equipe contratada para montar o tal Encontro é de primeira. Cenário de 360 graus, sessenta convidados, apoio de jornalistas, fundo de cena sempre trocado com tecnologia 3D, o carisma da apresentadora... E o programa é um fiasco. Apesar de segurar a audiência, não tem ritmo, a assistência é fraquíssima, pessoas muito simples para participar de um programa que parece querer opinião.  O tal fundo de cenário não apresenta uma bela imagem, sequer. Tudo escuro, desenhos com combinações de cores questionáveis e Fátima com o desempenho de boazinha dela.




     Já Pedro Bial anunciava-se num programa de muita opinião, muito espaço pra discussão e não foi isso que se viu. Muito nervoso, não deixava as pessoas falarem o quanto precisavam para completar seu raciocínio e a edição ajudou muito, cortando as falas de um jeito nada discreto. Ainda tivemos de ver o vídeo de Alexandre Pires com os macacos que incomodou até o Ministério Público, algumas dramatizações e Maria Paula, ex-MTV e ex-Casseta salvou o pouco que pode ser salvo.


     Bial deveria agradecer a Deus por ter dado certo no Big Brother Brasil. E patinando sobre toda a decadência do conteúdo Global, que se vê obrigado a se dirigir às classes C, D e E com o surgimento das TVs por assinatura, vem Confissões do Apocalipse com Fernanda Young. Esta apresentadora está cada vez mais bonita, tratada e ácida. O mote do programa é genial: o prometido fim do mundo em 21.12.2012, segundo o Calendário Maia. O programa é leve, divertido, tem como cenário um bunker e Fernanda fica de um lado de uma mesa onde está apoiado um gigantesco calendário que é ao mesmo tempo roleta. Ela faz parar a roda onde acha mais interessante e com isso já fez ótimos programas com Betty Faria, Marisa Orth, Paulo Miklos e de novo ela, Maria Paula, a responsável por um programa divertidíssimo. Agora, vem cá, se lhe perguntassem qual dos três apresentadores teria mais sucesso ao lançar um programa só seu, o que você diria?


segunda-feira, 28 de maio de 2012


O depoimento da Xuxa virou um Case muito interessante. Ao usar a mídia em que atua com algum interesse para um futuro próximo, ela gerou uma série de reações negativas, sendo defendida por uma parcela significativamente menor, que têm gravada na mente o produto apresentado há cerca de vinte anos: a loirinha que encantava milhões de crianças em todo o mundo.

Xuxa envelheceu e alguns têm esta estátua de sal gravada em seus inconscientes. Os mais atentos ou antenados, perceberam que aquele depoimento foi previamente pensado e elaborado para algum interesse ligado à mudança de imagem ou algo assim. Não que isto seja errado, a questão é que foi mal feito e mal interpretado. Por isso as pessoas pularam; ninguém gosta de se sentir enganado por uma péssima atuação.





Acreditamos que a prova mais consistente desta hipótese, é que o vídeo foi tirado do YouTube, menos de quatro dias depois de veiculado no Fantástico.

Nós, de Um Olhar, que trabalhamos com desenvolvimento e consolidação de marca, e consequentemente de imagem, logo de início publicamos nossas críticas ao episódio.

Quando um profissional nos procura e tem conteúdo, usamos suas próprias ferramentas, para nunca super valorizá-lo ou criar uma persona para o mesmo. Desenvolve-se um plano de trabalho que o trabalhe de forma adequada.

Se você quer saber mais sobre isto, entre em contato. Na próxima semana, nosso novo web site já estará no ar.


sexta-feira, 25 de maio de 2012

Ela vai levar a Tocha !!

     Eu senti uma felicidade enorme ao saber que a jornalista esportiva Mylena Ciribelli, carregará a Tocha Olímpica nas próximas Olimpíadas.

     Porque Mylena é uma das melhores pessoas que conheci na vida; correta, digna, amiga, excelente profissional, ética, discretíssima, incapaz de falar da vida de quem quer que seja. Sempre achei que para esse tipo de profissional, as coisas são mais difíceis.

     Agora, ao saber que ela terá este papel ilustre, sinto que apesar de achá-la muito na dela, a vida reconheceu o seu valor. Mylena começou a trabalhar na Maldita, a grande Fluminense-FM, idealizada por Luiz Antonio Mello e Samuca, que inovou colocando apenas vozes femininas no ar. Ela era uma delas. Depois traçou seu destino sem passar por cima de ninguém, e foi reconhecida sucessivas vezes,  com convites para emissoras de Televisão de perfis bem diferentes.

     Num mundo onde todos pagam para se promover, para estar em revistas de celebridades, ela simplesmente trabalhou. O que não é pouco. Deu duro, deu seu melhor. Mas sempre foi a mesma e não se deixou levar pelo canto da sereia. Acho que foi a única pessoa que vi trabalhar na Globo sem se deslumbrar com isso. Bozó não era pra ela.

     Numa rápida avaliação de seu perfil, percebemos que Mylena é Pop. Sim, ela é popular. Todos gostam dela, do avó ao neto, da garotada, dos adultos jovens aos coroas... Várias meninas foram batizadas com este nome em sua homenagem. Certa vez um sujeito narrou: Eu estava em casa vendo TV e minha mulher estava grávida. Quando ela entrou na sala, indaguei se não poderíamos dar à nossa filha este nome, porque Mylena estava no ar, esbanjando alegria e eu sempre tive a melhor das impressões dela. Minha filha tem hoje 18 anos.


E no final das contas, embora esta história ainda esteja muito longe de acabar, aí vem um super reconhecimento, e não é de um pequeno nicho local.

Enfim, deram o melhor das Olimpíadas a ela, tantos anos negada, sabe-se lá porque. Afinal, quem apresenta dois programas esportivos como foi na Globo, durante o ano inteiro e só ter sido escalada para uma Copa do Mundo, a da França, é pelo menos esquisito. Deveria ser o primeiro nome a ser lembrado e escalado. Por isso e pela qualidade de seu trabalho. Inúmeras pessoas perguntam porque ela nunca foi na Globo, algumas escreveram para lá. Em Manchester, será você com o símbolo maior do evento !!!

Acho que a resposta chegou. Conduza a Tocha, Mylena, e se aguentar, lembre-se de todos nós, que sempre torcemos por você e lhe admiramos. Nós estaremos lhe mandando uma boa energia neste momento.

Vai com tudo, garota !!